Luiz, operador de som e Almir, cinegrafista da Globo, na lancha.
O cabo Jean atracou a lancha junto ao flutuante onde funcionava a escola e caminhamos nos equilibrando sobre os troncos para chegarmos até uma espécie de deck, bem precário, próprio desses flutuantes. Só tínhamos a sala de aula para nos ajeitarmos e dividi o espaço com o Cabo enfermeiro Costa Rocha, encarregado da vacinação. Os doutores ocuparam a varanda externa e as dentistas a lateral do flutuante.
Pedi para chamarem a professora e me disseram que são duas, mas que uma delas estava em Tapauá com o filho doente. Noto que a maioria das escolas ribeirinhas não têm um horário fixo de funcionamento. Poucas são as que estão com as aulas no horário habitual de uma escola da cidade. Elas funcionam de acordo com a comodidade do professor; então se um professor “está pra Tapauá resolvendo umas pendências”, como eles dizem por aqui, as crianças ficam sem aula todo o tempo em que o professor estiver fora, mesmo que haja um outro professor no local para juntar as turmas e dar a aula.
Finalmente a professora chegou e eu lhe entreguei a sacola com os livros e revistas pedagógicas. Não sei se era o calor excessivo que a tornava tão desinteressada ou se era o seu jeito mesmo. As crianças se acomodaram junto a mim e começamos as atividades. Algumas mães também se chegaram e eu ofereci tinta e papel para trabalharem e elas aceitaram, achando muito engraçado estarem ali também pintando com as crianças.
As crianças se espalham...
Todos gostam de mostrar os seus desenhos.
O Sargento Enfermeiro Maguns distribuiu creme dental e escovas de dentes e iniciou uma palestra muito divertida sobre a necessidade da escovação. Este Sargento é muito divertido. Ele tem uma empatia tão grande com a criançada, que eu até posso afirmar que elas vão passar a escovar os dentes depois de o ouvirem falar.
As crianças ribeirinhas têm os dentes muito mal cuidados. Crianças lindas, que quando sorriem mostram os dentes todos cariados. As dentistas da equipe me disseram que a alimentação que elas recebem, acrescida da falta de escovação propicia esta situação.
Suely, parabéns! Que a arte de Portinari possa ser levada a todos os rincões deste país! Estou acompanhando e torcendo muito.
ResponderExcluirRosana Zaidan, Ribeirão Preto, SP